terça-feira, 23 de novembro de 2010

Descoberto primeiro planeta extra-galáctico

Desde a descoberta do primeiro planeta extra-solar, em 1995, pelo suíço Michel Mayor, várias equipas de astrónomos, incluindo de Portugal, já identificaram quase 500 destes novos mundos, mas todos eles eram oriundos da nossa galáxia. Recentemente, uma equipa de astrónomos europeus descobriu o primeiro planeta que não só é extra-solar como também extra-galáctico. Em 2009 chegou a ser anunciada a possível descoberta de um planeta em Andrómeda, mas esta nunca foi confirmada devido aos dados das observações serem insuficientes.

Embora o HIP 13044b, como foi designado o planeta, esteja dentro da Via Láctea, ele é oriundo de uma galáxia anã que, há mais de seis mil milhões de anos, foi engolida pela nossa, num fenómeno que se designa canibalismo galáctico. Este exoplaneta tem 1,25 vezes a massa de Júpiter (é um gigante gasoso, como a maior parte dos exoplanetas descobertos) e está em órbita de uma estrela longínqua em fase de gigante vermelha (fase em que a estrela se expande, após ter esgotado o combustíel de hidrogénio no seu núcleo), que se encontra à distância de 2200 anos-luz da Terra.

O planeta foi descoberto por intermédio de observações realizadas através de um telescópio de 2,2 metros de diâmetro do Observatório Europeu do Sul, situado no Chile. Para as observações, os astrónomos usaram um espectógrafo capaz de detectar as pequenas variações gravitacionais que se produzem nas estrelas quando algum astro as orbita.

Uma particularidade desta descoberta é que ela foi feita no âmbito de um estudo que pretende encontrar exoplanetas na órbita de estrelas já próximas do final da sua vida, como é o caso de HIP 13044b. Com efeito, um dos aspectos mais curiosos acerca deste novo exoplaneta descoberto é o facto de este orbitar uma estrela extremamente pobre em metal e muito antiga, o que desafia os conhecimentos actuais sobre a formação e sobrevivência planetária.


Mais informações acerca da notícia em:
http://www.eso.org/public/news/eso1045/

2 comentários:

  1. Se esse exoplaneta foi um dos poucos sobrevivente do período de expansão da estrela que orbita, está já livre do "perigo" de desaparecer?

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  2. Não, não está. Aliás, o mais provável é ele "desaparecer" daqui a pouco tempo (em termos de escala astronómica), dado que orbita uma estrela em fase de gigante vermelha e, como tal, essa estrela passará ainda por diversos períodos de instabilidade em que as suas camadas se expandirão, sendo que provavelmente acabará por "engolir" o planeta.

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